2010-04-01

Os Bonecos de Santo Aleixo

Os Bonecos de Santo Aleixo, propriedade do Centro Cultural de Évora, são manipulados por uma “família”, constituída por actores profissionais, que garantem a permanência do espectáculo, assegurando assim a continuidade desta expressão artística alentejana.

Conhecidos e apreciados em todo o país, com frequentes deslocações aos locais onde tradicionalmente se realizava o espectáculo, os Bonecos de Santo Aleixo participaram também em muitos certames internacionais (Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Grécia, Moçambique, Alemanha, Macau, China, Índia, Tailândia, Brasil, Rússia, México e França) e foram anfitriões da Bienal Internacional de Marionetas de Évora que se realiza desde 1987.

Os Bonecos originais, assim como o restante espólio adquirido a Mestre Talhinhas estão expostos no Teatro Garcia de Resende, enquanto esperam a criação do Museu dos Bonecos, integrado na rede museológica da cidade.

As réplicas actualmente utilizadas nos espectáculos foram fielmente reproduzidas com a preciosa colaboração de Joaquim Rolo, artesão da Aldeia da Glória e velho amigo da família Talhinhas.

A pesquisa de textos foi assegurada por Alexandre Passos que, acompanhado por Manuel da Costa Dias, garantiu também a recolha do reportório na primeira fase. A partir da fixação da nova “família” dos Bonecos, a conclusão da recolha foi assegurada pelos actores que a constituem.

O espectáculo desenrola-se num retábulo, construído em madeira e tecidos floridos, o qual reproduz um palco tradicional em miniatura com pano de boca, em que se inclui cenários pintados em papelão e iluminação própria (candeia de azeite). Os bonecos são realizados em madeira e cortiça, medem entre 20 e 40 centímetros de altura e são vestidos com um guarda-roupa que permite, como no teatro naturalista, identificar as personagens da fábula contada. A música (guitarra portuguesa) e as cantigas são executadas ao vivo. Os textos, transmitidos oralmente, resultam de uma fusão entre a cultura popular e a cultura erudita.

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