2008-05-09

Ministro da Educação do Brasil - Devem ler

Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um brasileirodá um 'baile' educadíssimo aos Americanos...Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos o actual Ministro daEducação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava dainternacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistêncianalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda osbrasileiros).
Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava aresposta de um Humanista e não de um Brasileiro.
Esta foi a resposta de Cristovam Buarque:'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra ainternacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham odevido cuidado com esse património, ele é nosso.Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre aAmazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo omais que tem importância para a humanidade.Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada,internacionalizemos também as reservasde petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estarda humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donosdas reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracçãode petróleo e subir ou não seu preço.Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria serinternacionalizado. Se a Amazónia é umareserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontadede um dono ou de um país.Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisõesarbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservasfinanceiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todosos grandes museus do mundo. OLouvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardiãodas mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar essepatrimónio cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado edestruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, umquadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sidointernacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizandoo Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades emcomparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA.Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve serinternacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda ahumanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro,Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história domundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nasmãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nuclearesdos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essasarmas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que aslamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, osactuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia deinternacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenhapossibilidade de COMER e de ir à escola.Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando opaís onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem ascrianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarãoque elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriamviver.Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas,enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia sejanossa.Só nossa! 'ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LOporque é muito importante... e porque foi CENSURADO!

Sem comentários: